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Festa da Puxada do Mastro acontece neste domingo (14)

A secular festa da Puxada do Mastro de São Sebastião, considerada um dos mais importantes eventos do calendário turístico de Ilhéus, acontece em Olivença, de 11 a 14 deste mês. A realização é da Associação dos Machadeiros e da prefeitura de Ilhéus, através das secretarias de Turismo e Esporte (Setur), Cultura (Secult) e Saúde (Sesau), com o apoio das polícias Civil, Militar e Rodoviária da Bahia.
Além dos festejos indígenas e religiosos, há uma parte considerada profana do evento que conta com a participação das bandas locais que vão fazer o agito de quinta-feira a domingo.

No domingo (14), o ponto alto da festa, a programação inicia às 5 horas da manhã com alvorada. Na sequência são realizadas diversas celebrações em frente à Igreja Nossa Senhora da Escada, na Praça Cláudio Magalhães, com ritual indígena e a bênção dos machadeiros (religioso). Após o oferecimento de feijoada começa a caminhada de cerca de cinco quilômetros até a mata de Ipanema. Sempre com muitas orações, agradecimentos e rituais em homenagem aos ancestrais os machadeiros fazem a derrubada da árvore por volta das 10 horas da manhã.

Historia

A festa da Puxada do Mastro de São Sebastião em Olivença, tem origem no século XVI quando padres jesuítas estabelecidos na região em uma tentativa de catequização dos indígenas, apropriam-se de uma manifestação cultural nativa , a corrida de tora, para disseminar elementos cristão entre os indígenas aldeados.

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Sua história, esta intimamente relacionada a história de permanecia e resistência dos indígenas de Olivença, que utilizaram-se da festa para a manutenção de traços culturais fundamentais na luta afirmação enquanto povo indígena e demarcação de seu território.
A festa que tem vários ciclos, inicia-se com a escolha da árvore, por um grupo de machadeiros os quais determinam qual será o mastro daquele ano, para que no segundo domingo de janeiro a comunidade vá buscar e trazer até o centro de Olivença (Aldeia-mãe).

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Ainda nos dias que antecedem a puxada do Mastro, a comunidade de Olivença prepara-se para os festejos ornamentando o espaço, realizando apresentações culturais a exemplo do Bloco dos Mascarados, Terno das Camponesas e Boi Estrela. Manifestações essas que ao som da Zabumba e do Sino do Badalo, fornecem o tom da festa e preservam os resquícios da língua Tupi antigo através do Ajuê Dão, Ajuê Dão Dão, única música cantada durante toda o festejo intercalada com trovas e rimas.


No local onde a arvore é derrubada , denominado de Cepa, existe um misto de fé , devoção e sacralidade, onde indígenas reafirmam seus laços familiares, refletem sobre a comunidade e repassam a tradição para os mais novos através do “Mastaréu” ( um mastro específico para as crianças que realizam um ritual da mesma maneira que os adultos, desgalhando, descascando e puxando o tronco até chegar na primeira praia).

Vários elementos semióticos são observados nesse instante da festa, folhas de árvores e cipó se tornam adereços de cabeça, pedaços de corda se tornam enfeites para o corpo na busca da memória dos antepassados, o mastro puxado pela população é arrastado pelas praias de Olivença até chegar na ladeira principal onde é aguardado por uma multidão que ao som de bandas locais animam a festa.

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Após passado o dia da puxada propriamente dita o mastro é substituído na praça, o tronco novo é retalhado e o antigo guardado junto com o mastaréu para ser queimado nos festejos juninos, muitas simpatias e tradições são realizadas no momento em que o mastro é erguido buscando proteção para toda a comunidade.

 

Atualmente a Puxada do Mastro tem uma organização institucional por meio da Associação dos Machadeiros de Olivença , que devido as proporções que a festa tomou no calendário turístico regional , busca direcionar a programação para melhor atender a todos que apreciam o folguedo.

Fotos: Ed Ferreira

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